Tientallen jaren lang werden duizenden patiënten gedwongen opgenomen in het ziekenhuis, zonder diagnose van een psychische aandoening, in een enorm hospice in de stad Barbacena, Minas Gerais, ten zuidoosten van Brazilië. Daar werden ze gemarteld, verkracht en vermoord zonder dat iemand zich om hun lot bekommerde. Beroemde journalisten maakten in de jaren zestig en zeventig rapporten waarin zij de mishandeling aan de kaak stelden. Geen van hen – zoals Daniela Arbex nu doet – kon het hele verhaal vertellen. Zestigduizend stierven. Sommigen wisten te overleven. En ze vertellen nu iets over de angstaanjagende geschiedenis van het Colônia de Barbacena.

For decades, thousands of patients were hospitalized forcibly, without diagnosis of mental illness, in an enormous hospice in the city of Barbacena, Minas Gerais, southeast of Brazil. There they were tortured, raped and killed without anyone caring about their fate. Famous journalists, in the 1960s and 70s, made reports denouncing the ill-treatment. None of them - as Daniela Arbex does now - could tell the whole story. Sixty thousand died. Some managed to survive. And they now tell a little about the terrifying history of the Cologne Hospital.

No começo do século XX, em Barbacena, Minas Gerais, foi fundado o Hospital Colônia, para tratar tuberculosos e doentes psiquiátricos. Mas o que se escondia por trás daqueles muros era uma realidade estarrecedora: durante anos, homens, mulheres e crianças partiam para uma viagem sem volta ao inferno. O lugar era o trágico destino daqueles que a sociedade considerava desajustados: pobres, homossexuais, meninas grávidas, prostitutas, alcoólatras, crianças indesejadas. Até o início dos anos 1980, milhares foram torturados, violados e esquecidos. Cerca de 60 mil morreram e poucos sobreviveram.

Durante décadas, milhares de pacientes foram hospitalizados a força, sem diagnóstico de doença mental, em um enorme hospício na cidade de Barbacena, Minas Gerais, no sudeste do Brasil. Ali foram torturados, estuprados e mortos sem que ninguém se preocupasse com seu destino. Jornalistas famosos, nos anos 60 e 70, fizeram relatórios denunciando os maus-tratos. Nenhum deles - como Daniela Arbex faz agora - poderia contar toda a história. Sessenta mil morreram. Alguns conseguiram sobreviver. E eles agora contam um pouco sobre a terrível história do Hospital da Colônia.